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Dating : Erros Nossos

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Alex Xavier

Em um extenso campo verdejante havia um velho guerreiro chamado Koji. Estava sentado sob a sombra do que parecia ser os restos de uma cerejeira, pois a árvore se encontrava em um lento processo de morte, onde o chão estava rodeado de suas flores caídas e em um de seus galhos secos teimavam permanecer algumas pequenas flores, porém vívidas.

Em suas mãos Koji repousava um pequeno copo onde tomava de seu chá verde. Tal chá lhe acalmava os ânimos quando estava nervoso. O velho escora suas costas e cabeça no tronco da enorme cerejeira e olha pensativo para seus galhos secos. Ainda falta um resto de vida nessa árvore. Até quando?

Koji se assusta ao sua mão quase esbarrar na frágil muda de flor ao seu lado, ao pé da grande cerejeira. Era uma pequena, porém linda estrelícia, comumente conhecida como “ave do paraíso”. O guerreiro fazia de tudo para manter essa pequena e frágil vida protegida a todo custo. Levanta-se e dá seu último gole no chá.

O vento traz as suas narinas um aroma corrompido. Um cheiro mórbido e nocivo para estas terras. Isso lhe faz brandir sua katana em defesa a esse território.

Em passos lentos, porém pesados, seguia caminho até Koji um jovem homem de semblante sério e cansado. Empunhava sua katana com firmeza cuja lâmina estava repleta de sangue seco. A armadura do homem estava pintada com o líquido escarlate, proveniente das intensas batalhas que teve ao longo do tempo. O jovem homem para a poucos metros de Koji e o encara copiosamente. Os dois trocam olhares sem dizer palavras, deixando apenas o som da corrente de vento ser o comunicador entre eles.

– Finalmente chegou até aqui, Yashiro. — diz Koji, quebrando o longo silêncio.

Yashiro, o jovem guerreiro, sacode sua espada de forma precisa e o sangue que se encontrava nela jorra entre a grama próxima aos seus pés. Koji observa tal sangue queimar a grama como uma praga e tornar aquele solo infértil. O velho guerreiro lança um olhar desafiador para o jovem e então brada:

– Sua presença é o mal para este mundo! Seus atos corrompem tudo o que foi construído até agora. Irá destruir tudo agarrado a sua loucura!

Yashiro, o jovem guerreiro, não se intimida com os bravejos do velho homem. Seu olhar estava mais decidido do que nunca e encarava Koji fulminantemente.

– Esse mundo precisa acabar e eu, com o sangue de todos os meus irmãos, colocarei fim a isto! — retruca o vociferante rapaz.

Koji range os dentes com a petulância desse arrogante rapaz e atira o copo de seu chá contra o gramado, mantendo uma posição de combate com sua katana em riste ao invasor. Yashiro aceita o desafio e também entra em posição de combate. Os olhares dos dois homens eram os que os ligavam nesse instante de pleno silêncio antes do embate.

Do alto dos galhos da moribunda cerejeira, duas das três flores remanescentes se desprendem e caem de forma vagarosa, titubeando pela ar. Os olhos de Yashiro repousam sobre a última flor que havia no galho seco. Koji percebe sua intenção e lança palavras contra o jovem:

– Você não a terá.

Os olhos dos dois voltam a se encontrar e uma fúria ascende sobre o jovem. Enfim as flores finalmente caem sobre o chão, se juntando com suas outras companheiras mortas e os dois guerreiros correm em direção um ao outro.

As espadas se colidem gerando um choro metálico que estronda pelo ar. Ambos se moviam com extrema velocidade e brandiam sua espadas com tamanha perícia.

Koji mantinha uma posição ofensiva, tentando quebrar a defesa ferrenha do jovem Yashiro. Por ser velho engana-se que Koji não tinha uma força descomunal e fazia bom uso disso ao tentar subjugar Yashiro a todo momento.

Yashiro tentava a todo custo conseguir uma abertura para estocar sua lâmina direto no coração de Koji, mas o velho, mesmo agindo ofensivamente, conseguia manter uma defesa quase impenetrável. Era como se ele fosse uma fortaleza perigosa e letal.

O jovem guerreiro escapa de três cortes precisos de Koji, mas não sai ileso. A lateral de seu abdome foi perfurado e escoava sangue. Sua armadura apenas o salvou de uma morte imediata, mas foi incapaz de reter o golpe violento do velho e experiente guerreiro. Koji sorri ao ver o ferimento do rapaz que recua e analisa com mais calma o combate.

Essa breve trégua faz com que Yashiro olhe para um ponto específico no chão, atrás de Koji. O velho guerreiro range seus dentes e num bradar, diz:

– Sua história acaba aqui!

Koji avança e os dois trocam golpes um contra o outro novamente. Yashiro consegue bloquear três golpes de Koji e usa da força do velho guerreiro contra ele, fazendo o peso dos seus ataques o desestabilizar e enfim Yashiro dar um golpe mortal. Koji, percebendo a gravidade da situação, tenta desviar ao pular para trás, mas a ponta errante da espada de Yashiro consegue acertar o rosto de Koji.

O velho homem grita e cambaleia, segurando o rosto ensanguentado. Yashiro o havia cegado dos dois olhos ao passar precisamente a lâmina em seu rosto.

– Maldito! Maldito! Você me cegou! — vocifera violentamente o velho homem.

– Agora quem sabe você veja com mais clareza. — replica Yashiro, sério.

Esse comentário faz o sangue de Koji ferver e voltando a deixar sua espada em riste, rebate:

– Não preciso de meus olhos para acabar com a sua raça imunda!

O velho avança e os dois trocam mais uma vez golpes com espadas. Realmente Koji não estava mentindo ao dizer que não precisava dos olhos para lutar, pois suas investidas estavam mais precisas e violentas que antes. Yashiro estava enfrentando grande opressão desse experiente guerreiro. A ferida de seu abdome abria cada vez mais em que a luta se estendia. Yashiro precisava agir o quanto antes.

Koji usa de sua força descomunal e aplica um golpe horizontal que desestabiliza Yashiro e o atira para o chão. Defender tal golpe foi ruim para Yashiro, pois sua ferida estava ficando cada vez mais grave. Ele tinha que agir e rápido, senão cairia assim como seus irmãos.

Em uma atitude desesperada, Yashiro arremessa sua katana com todas as suas forças. A espada voa como uma flecha, porém a audição apurada de Koji faz com que a perturbação no vento o avise do trajeto da espada em sua direção e ele desvia com a cabeça ao qual acertaria em cheio.

Num rompante, Koji avança com tudo contra o agora desprotegido Yashiro e finca sua katana em seu ventre. A cabeça de Yashiro repousa sobre o ombro de Koji e de sua boca começa a expiar o sangue e a vida que lhe restavam.

– Acabou, Yashiro. Sua loucura finalmente chegou ao fim. — diz o velho homem.

Quase sem forças, Yashiro abraça Koji e fraquejante, diz:

– Sim… nossa loucura finalmente chegou ao fim… pai…

– O que?!

Koji sente seu filho falecer em seus braços, mas o que chama ainda mais a atenção do velho homem era que havia surgido um cheiro de morte que parecia exalar por todo lugar. Seu sangue ao sentir um aroma adocicado em meio a toda essa podridão. A espada que Yashiro arremessou acertou em cheio a frágil muda de estrelícia, a ave do paraíso e tudo a sua volta começa a morrer. Todo o campo verde começa a se deteriorar e um intenso terremoto começa a surgir.

Koji, desamparado, coloca o corpo de Yashiro ao chão e olha para o céu tempestuoso. Mesmo não conseguindo vê-lo, sentia pelas vibraçoes dos raios que as nuvens chorariam mais uma vez hoje. As nuvens viajavam em alta velocidade, o mundo de Koji ruía e ele só percebeu agora que o sol estava quase se pondo ao receber o vento gelado do anoitecer. Será que erramos por todo esse tempo?

Logo o chão se abre e engole pai e filho e tudo em volta começa a se despedaçar. Uma esfera enorme de terra podre podia ser vista acima de uma terra sem vida e lamacenta. A esfera de terra se deteriora e revela que estava envolta de um grande tronco de árvore. Tronco nada mais que da moribunda cerejeira cujas raízes estavam fincadas na terra cinza, lamacenta e sem vida abaixo do mundo destruído.

Depois de tanto tempo a cerejeira volta a criar flores e na terra lamacenta surge o primeiro de seus brotos…

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